segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Debate com João Galamba

A secção da Bobadela do Partido Socialista volta a organizar sessões de esclarecimento e debate político agora com o Deputado João Galamba.

Muitos nos honra a presença do João Galamba na Bobadela para debater o Orçamento de Estado 2014, os seus impactos para o país e as respostas do PS aos desafios do próximo ano.

O debate realiza-se no próximo dia 13 de Novembro, 4ª-feira, pelas 21h.

O Secretariado da Secção convida todos os militantes e simpatizantes do Partido Socialista a comparecerem e a participarem.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Discurso na cerimónia de instalação da Assembleia de Freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela

Exmo Senhor Presidente da Junta de Freguesia
Exmo Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia
Senhoras e Senhores representantes da população eleitos pela CDU e pelo PSD
Senhoras e Senhores convidados
Caros representantes das associações e forças vivas da nova freguesia
Caros vizinhos
Minhas senhoras e meus senhores

A instalação desta Assembleia de Freguesia e do executivo da Junta da União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela é um ato de elevada relevância histórica para as 3 comunidades. Apesar de esta união ser uma organização administrativa do território que já existiu entre 1895 e 1939, as mudanças sociais, demográficas e políticas que foram acontecendo ao longo dos anos pareciam aconselhar a que esta solução não voltasse a ser posta em prática. Até porque se observou, logo em 1916 com a desanexação do território da Póvoa de Santa Iria para a criação de uma freguesia autónoma, que territórios com elevada dimensão geográfica e populacional dificultam a boa gestão do espaço público. Este bom senso voltou a ser aplicado em 1939 com a desanexação de São João da Talha de Santa Iria de Azóia, e em 1989 com a desanexação da Bobadela de São João da Talha.

O memorando de entendimento, que o país foi obrigado a assinar depois, e não é de mais recordar, de uma coligação negativa da direita com a extrema-esquerda ter deitado por terra uma solução de um governo legitimamente eleito para manter a independência e soberania nacional sobre os seus destinos, coligação essa que se manteve apesar dos avisos que uma intervenção externa nas mãos da direita iria trazer fortes ataques ao estado social, ao serviço nacional de saúde, à escola pública, à segurança social, e às funções do Estado, ou seja, apesar destes avisos a extrema-esquerda considerou que o ódio histórico ao PS era mais forte que o interesse nacional, esse memorando de entendimento, na sua primeira versão, datada de 17 de Maio de 2011, expressa no seu ponto 3.44 (passo a citar): “Reorganizar a administração do governo local. Existem atualmente cerca de 308 municípios e 4.259 freguesias. Em Julho de 2012, o governo vai desenvolver um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o número de tais entidades. O Governo vai implementar esse plano com base em acordo com o pessoal da CE e do FMI. Estas mudanças, que entrarão em vigor no início do próximo ciclo eleitoral local, vão melhorar o serviço, aumentar a eficiência e reduzir custos.” (fim de citação)

Apesar desta imposição o governo do PSD/CDS-PP decidiu não tocar nos municípios, alguns, muitos, de menor dimensão geográfica ou com menor população que a nossa nova União, e apenas extinguir freguesias. É uma decisão política de um governo que tem um programa político assente numa só ideia: “ir para além da troika!”.

Se o objetivo desta redução de freguesias era diminuir as transferências, já de si diminutas, do estado central, isso vai levar a uma diminuição da qualidade do serviço às populações.
Se, ao invés, o objetivo era reduzir as transferências por delegação de competências, aqueles que as têm, dos municípios para as freguesias, então também neste caso a qualidade de serviço diminui.

O “ir para além da troika” fez-se neste caso alterando os objetivo desta medida. O objetivo nesta Lei da reorganização administrativa territorial é atacar a democracia, reduzir os representantes dos cidadãos e centralizar a gestão afastando-a das populações. É este portanto o combate que esta Assembleia de Freguesia e este executivo da Junta da União de Freguesia devem perseguir: estar junto das populações, lutar contra a distância e desmultiplicar-se para responder a todas as solicitações. Quando há um ataque sem precedentes ao poder local nós devemos reforçar os laços que nos unem e o espírito de comunidade. A Junta de Freguesia tem aqui um papel importantíssimo na atração de investimento para a Freguesia, na dinamização cultural, no apoio social, na ocupação de tempos livres dos jovens e menos jovens, na promoção de comportamentos saudáveis e ecologicamente sustentáveis, no apoio às coletividades, desafiando-as para saírem da sua zona de conforto e para atraírem cidadãos de todas as idades para participarem nas suas atividades, no desenvolvimento de um Programa de Responsabilidade Social, que envolva as empresas locais na luta contra a exclusão, o esquecimento e o abandono, ou através do Orçamento Participativo, permitindo que os cidadãos se envolvam na gestão quotidiana da Freguesia.

O Partido Socialista estará, como sempre na primeira linha de todas as transformações positivas da nossa sociedade, tal como esteve na Bobadela durante 24 anos com confiança maioritária da população, ou em São João da Talha nos últimos 4 anos, onde num tão curto espaço de tempo transformou aquela antiga Freguesia. Queremos transformar para melhor a nova União de Freguesias, com as distinções que trazemos do trabalho realizado em prol das populações: seriedade, transparência e rigor.

Senhor Presidente da Junta da União de Freguesias
Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia
Minhas Senhoras e meus Senhores

O PS está nesta Assembleia de Freguesia com elevado sentido de responsabilidade. Governávamos duas das freguesias integradas e fomos eleitos pela maioria da população para governar a União de Freguesias. Pretendemos cumprir o mandato fazendo Política em defesa de todos os cidadãos, quer tenham votado em nós ou noutra força política. A política é a arte do compromisso, é a gestão dos recursos por defeito limitados para tornar a Polis melhor para os cidadãos. Não se faz política com demagogia ou vendendo ilusões. Não contem connosco para isso. Mas como confiamos na palavras e na seriedade de quem como nós é eleito pela população, cá estaremos a fiscalizar a concretização das promessas eleitorais, cá estaremos para apoiar a solução milagrosa e que será certamente concretizada num abrir e fechar de olhos para a saída da A1, ou a redução do IMI, ou até recuperação camarária da rede viária, e bem que as estradas de Santa Iria de Azóia estão necessitadas de uma grande intervenção após anos e anos de negligência na sua manutenção.

A Política faz-se com seriedade, olhando de frente para os problemas para os resolver escolhendo a melhor solução ou, em alguns casos, a solução menos má. A campanha eleitoral é um período em que se diz que tudo é possível, que o outro só não faz porque não quer ou não tem vontade. Nada mais errado. A gestão pública não é um mundo de facilidades, é sim um exercício de escolhas e nós vamos ser fiéis ao nosso programa eleitoral. É esse o contrato que fizemos com a população e que foi sufragado no dia 29 de Setembro. Mas neste processo de gestão teremos abertura para colaborar com quem queira colaborar connosco. A União de Freguesias, e principalmente Santa Iria de Azóia, vai sentir bem a mudança. Se a democracia chegou em 1975, a liberdade política, de escolha e o direito à diferença só chegaram agora. E minhas senhoras e meus senhores passaram-se situações nesta campanha eleitoral que eu não esperava ver num estado de direito democrático. Desde várias pessoas que após serem fotografadas durante arruadas do PS a receberem flyers pediam encarecidamente que se apagassem as fotos porque podiam ter problemas, aos insultos na rua e ameaças à integridade física, até à destruição de propaganda politica (cartazes, outdoors, flyers) que atingiu quase integralmente a propaganda do PS e do PSD. Quase tudo valeu numa ânsia de não perder poder. Se há uns anos se falava em asfixia democrática era porque nunca tinham visto o que se passou nesta campanha.

Mas as respostas a estas provocações são simples de dar: Liberdade e Transparência!

O povo falou e expressou a sua vontade. Mas o povo também votou noutras forças políticas e por isso elas têm o direito de se pronunciarem, de apresentarem propostas, até de puderem discursar em sessões solenes públicas organizadas pela Junta de Freguesia. Porque a resposta ao totalitarismo faz-se com democracia. Porque é nossa responsabilidade educar pelo exemplo os cidadãos, os mais novos e os menos novos, para o que a democracia significa, para os princípios que devem ser preservados.

As crianças, futuros adultos de um tempo que será presente, interiorizam mais facilmente os nossos comportamentos do que as mensagens implícitas dos discursos que insistimos em verbalizar vezes e vezes sem conta. Se não existir harmonia entre as palavras e os atos será difícil alguém acreditar na mensagem que queremos transmitir. Se defendemos a democracia, a liberdade e a tolerância mas não agimos em conformidade, quem irá acreditar? Nós, no PS, temos as nossas convicções bem sintonizadas com os nossos comportamentos, outros não poderão dizer o mesmo, mas outros também não foram os eleitos pela população para governar.

Minhas Senhoras e meus senhores

Nós, representantes dos Partidos Políticos eleitos democraticamente, devemos responder com seriedade e com responsabilidade ao mandato que nos foi aqui confiado. É pela população e para a população que aqui estamos.

Contem, todos, com o PS para trabalhar por mais qualidade de vida para a população, para trabalhar por mais conforto e segurança para todos, para trabalhar para que todos tenham direito à felicidade.

Muito obrigado pela vossa atenção
Viva a União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela
Viva Loures
Viva Portugal

Jorge Rodrigues da Ponte

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Resultados das eleições autarquicas 2013

O Partido Socialista venceu as eleições do passado dia 29 de Setembro para a nova Junta da União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela.

É uma vitória por poucos votos mas no processo eleitoral democratico por um se vence e por um se perde. Estamos prontos para trabalhar, pela população e para a população, para tornar a nova freguesia num espaço melhor para viver.
Grandes desafios nos esperam na criação de uma nova autarquia.

Viva o PS
Viva a Bobadela
Viva a União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela

domingo, 7 de julho de 2013

Discurso do PS nas Festas da Vila da Bobadela 2013

Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures, Eng. Carlos Teixeira,
Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Loures e Deputado à Assembleia da República, Dr. Pedro Farmhouse
Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Bobadela, Nuno Dias 
Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia de Bobadela, Sr. Antão Lopes
Exmos. Convidados
Caros funcionários da autarquia.
Minhas senhoras e meus senhores.

Celebra-se este ano o 24º aniversário da criação da Freguesia da Bobadela, e o 16º da elevação da nossa Freguesia a Vila. Desde a criação da Freguesia da Bobadela, em 1989, que se tem assistido a um continuo desenvolvimento e a melhorias claras na qualidade de vida da população.

Foi a democracia e o poder local que possibilitaram este desenvolvimento e tornaram a Bobadela na Freguesia com a melhor qualidade de vida do concelho. Foi o trabalho em prol da população realizado pela Junta de Freguesia da Bobadela que transformaram uma aldeia, um lugar de São João da Talha, em Vila, mesmo antes de São João da Talha o ser, e permitiu que todos os que cá vivem se orgulhem de o fazer.

Infelizmente a Freguesia da Bobadela não irá chegar ao seu 25º aniversário, devido a uma lei elaborada por quem não conhece o trabalho das Freguesias, por quem desvaloriza a proximidade dos cidadãos com os seus representantes. Se há órgãos políticos e administrativos que trabalham diretamente para o bem da população, estes são as Juntas de Freguesia.

O Partido Socialista tem, desde as eleições de 17 de Dezembro de 1989, merecido a confiança da maioria da população para governar e desenvolver a nossa terra. Esta confiança tem crescido ao longo destes 6 mandatos com 5 maiorias absolutas. E nós, no Partido Socialista, temos trabalhado com muito afinco para honrar essa confiança e sermos dignos de a renovar todos os dias. Porque a política e o trabalho autárquico não se fazem só quando há eleições e a Bobadela é disso um exemplo.

Uma vez que este é o último aniversário da Freguesia da Bobadela, que será, como sabem, agregada com São João da Talha e Santa Iria da Azoia, para criar uma nova Freguesia, permitam-me que homenageie todos os cidadãos, militantes do PS ou independentes, que fizeram parte das nossas listas e integraram os executivos da Junta de Freguesia da Bobadela ou tomaram posse na Assembleia de Freguesia:
  • Fernando Carvalho
  • Maria Angelina Moreira
  • Carlos Alberto Silva
  • Mário Mendes
  • Vitorino Francisco
  • José Eduardo Gageiro
  • João Paulo Rosa
  • Fernando Direitinho
  • José Tarouca
  • Catarina Correia
  • António Amaro
  • Vítor Agudo
  • José Manuel Coelho
  • Rute Fernandes Dias
  • Manuel Roque Afonso
  • António Sousa
  • Luísa Couvinha
  • Vítor Guerra
  • Carla Correia
  • Cláudia Conceição
  • Cristina Manteigas
  • Pedro Gonçalves
  • Ana Cláudia Correia
  • Eurico Ribeiro
  • Manuel Antão Lopes
  • Hermínio Gomes
  • Paula Sousa Gordo
  • Nuno Ricardo Dias
  • Jorge Spranger
  • Jorge Ponte
  • José Fernandes
  • José Ramalho
  • Sónia Ricardo
  • Armando Antunes
  • Maria Paula Lousão
  • Alicio silva
  • Ana Galla
  • Manuel das Neves
  • Manuel Palma
  • José Nelo
  • José Teixeira

Ao longo destes 24 anos estas 41 pessoas representaram, pelo Partido Socialista, a população e deram o seu melhor para garantir que tudo aquilo com que nos comprometemos e todas as propostas que apresentámos nos nossos programas eleitorais fossem cumpridas. O nosso legado, e o legado de todos os trabalhadores da autarquia, está à vista de toda a população para ser utilizado, para seu desfrutado e para memoria futura do que a Freguesia da Bobadela conseguiu fazer no seu curto período de existência.

Mas isto não acaba aqui. O Partido Socialista quer levar esta força e este exemplo do que se fez na Bobadela para a nova União de Freguesias. Há quatro anos o bom exemplo da Bobadela influenciou os cidadãos de São João da Talha e o PS conseguiu ganhar a Junta de Freguesia. E que trabalho extraordinário tem sido feito pelo Presidente Nuno Leitão e pelo seu executivo. Vê-se que aprenderam com a secção do PS Bobadela e com o Fernando Carvalho.

E agora queremos levar esta força até Santa Iria da Azoia. Queremos mudar Santa Iria para que aquela população, aqueles cidadãos, possam viver melhor e possam usufruir de uma Junta de Freguesia transparente, que colabore com todas as coletividades e não apenas com aquelas que são amigas, que apoie grupos de cidadãos com projetos de inovação social, que não fechem as portas a quem não é de uma certa cor política, mas que faça aquilo para que as Freguesias foram criadas: potenciar o desenvolvimento e dar mais qualidade de vida às populações. É isso que queremos fazer, e é para isso que elegemos internamente o melhor candidato à União de Freguesias, o Nuno Leitão. E é para isso que juntámos numa lista de candidatos, cidadãos de todas as 3 freguesias, pessoas empenhadas, altruístas e com experiência em resolver problemas.

Pedimos a vossa confiança e o vosso apoio para nas eleições de 29 de Setembro continuarmos este projeto que começou em 1989 na Bobadela, se espalhou a São João da Talha e que agora queremos que chegue à União de Freguesias. Para garantirmos que o desenvolvimento social e urbano é para todos e que a liberdade política também o é.

Quero por ultimo agradecer à Junta de Freguesia da Bobadela o convite para esta sessão solene, a única no concelho que dá a palavra a todas as forças políticas que integram a assembleia de freguesia, num exemplo notável de liberdade e respeito por todas as opiniões. Que este exemplo se reflita igualmente na nova União de Freguesias.

Muito obrigado pela vossa atenção.

Viva a Bobadela
Viva Loures
Viva Portugal

Bobadela, 7 de Julho de 2013

sábado, 14 de julho de 2012

Discurso do PS nas Festas da Vila da Bobadela 2012

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures, Eng. Carlos Teixeira,
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Loures e Deputado à Assembleia da República, Dr. Pedro Farmhouse
Exmo. Sras. e Srs. Vereadores
Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Bobadela, Nuno Dias
Caros colegas Deputados Municipais
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia de Bobadela, Sr. Antão Lopes
Exmos. Membros do Executivo da Junta de Freguesia
Caros colegas Representantes da População na Assembleia de Freguesia de Bobadela
Exmos. Convidados
Caros funcionários da autarquia.
Minhas senhoras e meus senhores.

Celebramos hoje formalmente o 23º aniversário da criação da Freguesia da Bobadela, e o 15º da elevação da nossa Freguesia a Vila. Assinalamos esta data envoltos numa crise que se tem agravado no último ano.

Há pouco mais de um ano assistimos a uma coligação anti-natura entre a extrema-esquerda e a direita para derrubar um governo legítimo. O argumento da direita nessa altura era que a culpa de toda a crise era do Governo e que bastava mudá-lo para a crise acabar. A extrema-esquerda, o Partido Comunista, os Verdes e o Bloco de Esquerda, apoiaram este argumento, dando portanto força e razão à direita e contribuíram decisivamente para a queda de um governo legitimo do Partido Socialista e para a eleição da direita. Em nenhum momento desde há um ano vimos a extrema-esquerda reconhecer que sabia perfeitamente qual a agenda da direita, uma agenda de austeridade, não contra as gorduras do Estado como todos já reparámos, mas contra os trabalhadores, os funcionários públicos, as famílias, as empresas, o estado social, a escola pública, o serviço nacional de saúde e a segurança social. Ouvimos há 1 ano que bastava tirar o Partido Socialista do Governo que os ratings da divida pública iriam subir, a economia iria recuperar, o desemprego iria baixar, que não iria haver aumento de impostos e que era um disparate acabar com o subsidio de Natal e de Férias.

1 ano depois fica claro qual o caminho do Governo do PSD e CDS-PP e de como a extrema-esquerda os ajudou, uma ajuda curiosamente contrária à velha cassete já gasta do apoio aos trabalhadores e da defesa cega dos direitos.

1 ano depois fica claro que o actual Governo está a aplicar medidas austeritárias para além do memorando assinado pelo Governo do PS e pelo PSD e CDS-PP. Esta vontade imensa de ir para além da troika está a destruir emprego (+150 mil desempregados num só ano), a destruir empresas, a aumentar impostos de forma brutal, como o aumento do IVA, o aumento da factura da electricidade ou dos passes sociais, a retirar o rendimento legitimo dos trabalhadores portugueses, primeiro com o imposto especial sobre o subsidio de natal em 2011, este ano retirando inteiramente o subsidio de férias e natal dos funcionários públicos, e, já prometido, a retirada destes subsídios a todos os trabalhadores nos próximos anos. Estas medidas não estão no memorando assinado pelo PS, e são medidas que agravam as disparidades na distribuição dos sacrifícios entre todos os portugueses.

Mas depois de todos os sacrifícios que os portugueses fizeram neste ultimo ano, ficámos a saber recentemente que os últimos dados da execução orçamental não são nada positivos e todo este esforço poderá ter sido insuficiente. E é curiosamente agora que os partidos do governo vêm dizer que a culpa não é deles, e que subitamente há uma crise internacional que pressiona as contas públicas, como se a crise tivesse começado em 2012 e não em 2008. Quando dá jeito há crise internacional, quando não dá jeito a culpa era apenas e exclusivamente do anterior Governo.

Esta crise internacional penaliza os países em que o sentimento de optimismo em relação ao crescimento económico é baixo. E, como todos sabemos, é muito improvável que haja optimismo quando todos os dias somos penalizados com mais impostos, mais taxas e mais entraves. Estamos pois numa situação em que devido à falta de crescimento económico os nossos credores internacionais aumentam as taxas de juro, o que leva a que o Governo implemente mais medidas de austeridade para dar garantias a essas credores, medidas essas que provocam recessão e quebra da confiança económica, o que leva novamente ao aumento das taxas de juro, numa espiral recessiva sem fim à vista.

É pois necessário uma mudança de políticas que estimulem o crescimento económico e o emprego, com, por exemplo, redução de impostos para actividades produtivas, nomeadamente nos bens transacionáveis, ajudando as nossas exportações que tão bem têm estado no último ano. São necessárias políticas activas de estimulo ao emprego jovem, qualificado e com grande valor acrescentado, e não empurrar os jovens para a emigração.

O Partido Socialista apresentou no último ano diversas propostas de alteração das políticas do Governo para que estas se centrem mais no apoio ao tecido empresarial e ao crescimento económico. Infelizmente o Governo seguiu a sua política cega de austeridade além da troika, com os impactos que todos nós já sentimos.

Sr. Presidente
Minhas Senhoras e meus senhores

A Assembleia da República, sob proposta do Governo, aprovou, com os votos favoráveis do PSD e CDS, a lei 22/2012 de 30 de Maio, que aprova o Regime Jurídico da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica. Este regime estipula a obrigatoriedade da reorganização administrativa do território das freguesias. Ou seja, mesmo que as freguesias e os municípios não queiram, são obrigado a fazer a redução do número de freguesias. Os critérios enunciados na Lei são no mínimo questionáveis e subjectivos. A Lei obriga a uma redução de 55% do número de freguesias urbanas e de 35% do número de freguesias rurais. A aplicação desta Lei ao Concelho de Loures obriga à redução das actuais 18 freguesias para entre 9 e 11 freguesias. A freguesia da Bobadela tem 8900 habitantes, a Lei estipula que as novas freguesias devem ter entre 20mil e 50mil habitantes.

A freguesia da Bobadela foi criada em 1989, à 23 anos. Muitos de vós certamente que ainda se recordam do que era a Bobadela em 1989 e conseguem sem grande esforço apreciar o enorme trabalho desenvolvido pelos sucessivos executivos da Junta de Freguesia da Bobadela, todos do Partido Socialista. 

Este trabalho imenso de desenvolvimento da Freguesia foi enaltecido em 1997, há 15 anos, com a elevação da freguesia a vila, antes até da freguesia de S. João da Talha, de onde, em 1989 nos separámos. O desenvolvimento da freguesia está pois inteiramente ligado à sua autonomia e à competência dos sucessivos executivos da Junta de Freguesia que geriram e fizeram crescer a nossa freguesia tornando-a na freguesia com melhor qualidade de vida de todo o Concelho de Loures. 

Esta nova Lei vem obrigar ao fim das freguesias tal como hoje as conhecemos, como órgãos públicos acessíveis e de proximidade, e não traz nenhuma competência nova que a actual delegação de competências da Câmara Municipal de Loures já não forneça. 

Esta Lei foi criada a régua e esquadro, sem ter em conta as populações e as suas necessidades, e sem ouvir os autarcas que dão o seu tempo e o sem empenho, em troca de praticamente nada.
A falta de noção que existe do trabalho realizado pelas Juntas de Freguesia e pelos seus órgãos justificam algumas opiniões que dizem que acabar com as freguesias é bom porque assim acabam-se com tachos. Nas Juntas de Freguesias não há tachos, não há contratos megalómanos, não há vencimentos desproporcionais. O que há é muito trabalho para garantir que a população tem as melhores condições possíveis para viver, há muito trabalho na resolução de pequenos problemas, facilmente desvalorizados mas que são fundamentais na garantida do bem estar e da qualidade de vida de todos os fregueses.

O poder local existe para dar garantias de representatividade à população, o que fazemos aqui hoje nesta sessão solene ao permitir que todos os partidos eleitos para a assembleia de freguesia possam usar livremente da palavra, coisa que não acontece em nenhuma outra freguesia do concelho, e possivelmente contar-se-ão pelos dedos de uma mão as freguesias do pais que também o fazem, é garantir essa representatividade. 

Muitos cidadãos, no pleno exercício dos seus direitos, limitam-se a votar e desconsideram de seguida os órgãos que acabam de eleger. Esses órgãos garantem que sempre que necessitarem há alguém próximo para os ouvir, mesmo que não necessitem têm a garantia que há alguém a quem possam recorrer. Com a criação de freguesias de grande dimensão essa proximidade ira desaparecer, com tudo o de bom e mau isso representa.
Com a freguesia da Bobadela ou sem ela, nós seremos sempre Bobadelenses e os representantes da secção da Bobadela do Partido Socialista vão sempre fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que a Vila com a melhor qualidade de vida do concelho vai continuar a ser a Bobadela.
No dia 19, a próxima 5f, às 21h irá ter lugar uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia da Bobadela no Clube Recreativo Bobadelense, que tem como ponto único discutir a reforma administrativa. Como acontece em todas as Assembleias de Freguesia a palavra vai ser dada a qualquer cidadão que queira intervir. Convido-vos todos a estarem presentes e a contribuírem para uma discussão alargada sobre o futuro da nossa freguesia.

Minhas senhoras e meus senhores

Termino, agradecendo o convite da Junta de Freguesia para discursar nesta sessão solene. Na pessoa do Presidente da Junta de Freguesia dou os parabéns à nossa Bobadela por estes dois aniversários. 

Quero também dar os parabéns a todo o executivo, e aos trabalhadores da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal pelo excelente projecto de mobilidade implementado na Bobadela. O rebaixamento dos passeios, a melhoria da sinalização vertical e horizontal, e a reorganização das passadeiras, fizeram a Bobadela mais segura para todos os peões, mas principalmente para os cidadãos com mobilidade reduzida. É um projecto único e faço votos que alastre a todo o Concelho. 

Aproveito também para enaltecer a manutenção dos prémios aos melhores alunos das escolas da freguesia, num claro estimulo e reconhecimento do esforço e do mérito dos nossos jovens.

Por último estender os parabéns às colectividades que colaboraram com a Junta de Freguesia na realização destas festas. As colectividades são um dos tesouros da Bobadela e é muito positivo ver que estão activas e empenhadas.

Muito obrigado pela vossa atenção
Viva a Bobadela
Viva Loures
Viva Portugal

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Comunicado à População - Ameaça de Extinção da Freguesia da Bobadela

A Lei 22/2012 de 30 de Maio, aprovada pelo PSD e o CDS-PP, criou o Regime Jurídico de Reorganização Administrativa Territorial Autárquica. Este regime estipula, nos termos da alínea d) do seu artigo 3º, a obrigatoriedade da reorganização administrativa do território das freguesias. Os parâmetros de agregação, definidos no artigo 6º, estipulam para municípios de nível 1, como é o caso de Loures, a redução global de 55% das freguesias urbanas, como é o caso da Bobadela e de 13 outras freguesias do nosso concelho. Para as restantes freguesias o mesmo artigo estipula uma redução de 35%. A Lei prevê ainda a possibilidade de flexibilização do número de redução de freguesias em 20% e um número máximo de 50.000 habitantes e mínimo de 20.000 para as freguesias urbanas. 

Na prática, a Lei obriga à redução das actuais 18 freguesias do Concelho de Loures para entre 9 e 11 freguesias. 

A Freguesia da Bobadela está, portanto, ameaçada com a sua extinção e agregação com uma, ou mais, freguesias limítrofes. 

A Freguesia da Bobadela foi criada em Agosto de 1989, através da Lei nº 68/89 de 25 de Agosto. A criação da Freguesia sucedeu ao sentimento claro da população da pretensão de ser autónoma face à Freguesia de São João da Talha. Desde Agosto de 1989 até hoje a Freguesia é um claro exemplo da boa gestão do espaço público, tendo-se tornado em 23 anos uma referência pela qualidade de vida no Concelho de Loures. Isto só foi possível com a autonomia que a criação da Freguesia permitiu e com o empenho e dedicação de todos os autarcas que dedicaram o seu tempo na melhoria das condições de vida da população. Uma hipotética extinção administrativa da Freguesia, contra a vontade da população e sem que esta retire daí qualquer benefício, antes pelo contrário, não pode, por estes motivos, ser aceite pelo PS. 

No próximo dia 19, pelas 21 horas, realiza-se uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia da Bobadela, no Clube Recreativo Bobadelense. A presença de todos é imprescindível para juntos podermos encontrar a melhor solução para a nossa freguesia, em defesa da Bobadela e dos Bobadelenses. Compareça e Participe! 

O Secretariado da Secção da Bobadela do Partido Socialista 
Julho de 2012

domingo, 25 de março de 2012

Moção - Rejeição da Proposta de Lei nº 44/XII (Reorganização Administrativa Territorial Autárquica)

Na Assembleia de Freguesia da Bobadela do passado dia 23 de Fevereiro o Grupo de Eleitos do Partido Socialista apresentou a moção que a seguir se transcreve. A moção foi aprovada com os votos favoráveis do PS e da CDU e a abstenção do PSD.


MOÇÃO

Rejeição da Proposta de Lei nº 44/XII (Reorganização Administrativa Territorial Autárquica)


O Governo submeteu para aprovação na Assembleia da República o regime jurídico de reorganização administrativa territorial autárquica (Proposta de Lei nº 44/XII) que, a ser aprovado, alterará significativamente os órgãos autárquicos locais mais próximos da população. Este regime visa reduzir substancialmente o número de freguesias existentes no país com base, apenas, em critérios quantitativos.

A reforma administrativa do poder local é uma necessidade premente por forma a adequar os órgãos do Estado à realidade atual. O mapa administrativo do poder local encontra-se, na sua globalidade, estabilizado desde meados do seculo XIX. As alterações demográficas que o país sofreu nos últimos 100 anos alteraram significativamente o panorama nacional e é necessário repensar a distribuição do poder público democrático por forma a que este sirva com maior eficiência a população. No entanto, esta reforma deve ser feita com as populações e com os eleitos locais, criando incentivos à agregação de freguesias e municípios que se baseiem na atribuição de mais competências e melhores meios.

Durante os últimos 37 anos construiu-se uma massa crítica de autarcas dedicados e envolvidos nas suas comunidades locais. São milhares de pessoas que trabalham em prol do bem comum e da gestão democrática das suas freguesias e dos seus concelhos. Nesta reforma administrativa é o papel das Freguesias que devia ser pensado e desenvolvido. Ao se promover a agregação de freguesias com base numa percentagem mínima de agregação e num número mínimo de habitantes, prometendo-se que as novas freguesias terão competências reforçadas mas não as detalhando, impede-se que as funções locais do Estado sejam racionalmente repensadas. De igual forma, ao forçar um aumento geográfico da área das novas Freguesias vai-se dificultar a proximidade do poder do Estado com as populações, função primordial deste órgão.

A Freguesia da Bobadela foi criada em Agosto de 1989, através da Lei nº 68/89 de 25 de Agosto. A criação da Freguesia sucedeu ao sentimento claro da população da pretensão de ser autónoma face à Freguesia de São João da Talha. Desde Agosto de 1989 até hoje a Freguesia é um claro exemplo da boa gestão do espaço público, tendo-se tornado em 22 anos uma referência pela qualidade de vida no Concelho de Loures. Isto só foi possível com a autonomia que a criação da Freguesia permitiu e com o empenho e dedicação de todos os autarcas, sem exceção, que dedicaram o seu tempo na melhoria das condições de vida da população dentro do respeito democrático que sempre pautou as relações entre os partidos políticos que a população elegeu para esta Assembleia. Uma hipotética extinção administrativa da Freguesia, contra a vontade da população e sem que esta retire daí qualquer benefício, antes pelo contrário, não pode, por estes motivos, ser aceite.

O Partido Socialista realça que não está contra uma reforma administrativa do Estado e dos Orgãos de Poder Local, mas não pode aceitar uma reforma que não inclui os eleitos locais e as populações nas decisões, que não considera o reforço claro das funções das Freguesias como incentivo à agregação, que obriga compulsivamente à agregação mesmo que esta seja contrária à vontade da população e da sua cultura, hábitos e identidade local, e que penaliza as Freguesias que não decidirem voluntariamente agregar-se.

Assim, o Grupo de Eleitos do Partido Socialista propõe que a Assembleia de Freguesia de Bobadela, reunida em sessão extraordinária em 23 de Fevereiro de 2012, delibere:

1. Informar a Assembleia Municipal de Loures da discordância desta Assembleia de Freguesia com os princípios e critérios da Proposta de Lei nº 44/XII e da sua aplicação à Freguesia da Bobadela;

2. Propor aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República o voto desfavorável na votação da Proposta de Lei nº 44/XII.

Após aprovação a presente moção deverá ser enviada para os Grupos Parlamentares da Assembleia da República (PEV, BE, PCP, CDS-PP, PS e PSD), para a Presidente da Assembleia da República, para o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, para o Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, para o Presidente da Assembleia Municipal de Loures e para os Grupos de Eleitos da Assembleia Municipal de Loures (CDS-PP, BE, PSD, CDU e PS).

Bobadela, 23 de Fevereiro de 2012
O Grupo de Eleitos do Partido Socialista